
Eu não uso relógios. Não tenho, já tive, a bateria acabou. Não quis mais, pra quê? Não gosto da ideia de que todas as minhas ações devem se basear em um senso comum, um horário para todos e tudo. Talvez por isso, estou sempre atrasada, literalmente ou não. E não é porque me sinto bem ao ficar perguntando as horas, eu simplismente não ligo para elas, afinal, elas passam como tudo, certo?
Talvez elas passem, talvez apenas sejam gastas, o que importa é o que passa: elas podem ir embora e tornar tudo melhor, ou deixar saudades. Ah, saudades. Saudades de quando chovia e eu ria, sorvete no frio, gelo derretendo na pia, q. Agora é tudo tão complexo, se chove quando não devia é falta de harmonia, sorvete já engorda e gelo não anima.
Tudo que é sólido vira líquido enquanto tudo se transforma e me deixa aflito. Tenho que me acostumar com o que vem, sem pensar nas horas gastas mas sem me esquecer que tudo, ainda, será passado. Acho que assim, entro em contradição: gosto das horas, ou não?
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